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Mostrando postagens de março, 2016

OS DOIS URSOS E A INVERSÃO DA DERIVAÇÃO

Há a história dos dois ursos que caíram numa armadilha e foram levados para um circo. Um deles, com certeza mais inteligente que o outro, aprendeu logo a se equilibrar na bola e a andar no monociclo, o seu retrato começou a aparecer em cartazes e todo o mundo batia palmas: “Como é inteligente”. O outro, burro, ficava amuado num canto, e por mais que o treinador fizesse promessas e ameaças, não dava sinais de entender. Chamaram o psicologo do circo e o diagnostico veio rápido: "É inútil insistir. O Q.I é muito baixo…” Ficou abandonado num canto, sem retratos e sem aplausos, urso burro, sem serventia… O tempo passou. Veio a crise econômica e o circo foi à falência. Concluíram que a coisa mais caridosa que se poderia fazer aos animais era devolvê-los às florestas de onde haviam sido tirados. E, assim, os dois ursos fizeram a longa viagem de volta.Estranho que em meio à viagem o urso tido por burro parece ter acordado da letargia, como se ele estivesse reconhecend

FILOSOFIA E EDUCAÇÃO: ELUCIDAÇÕES CONCEITUAIS E ARTICULAÇÕES. (Cap. 1)

O autor inicia o texto abordando a práxis da educação e a base teórica da qual ela é (está) constituída. Na verdade segundo ele toda prática pedagógica é norteada por uma concepção filosófica de educação. E é exatamente sobre essa concepção filosófica que o autor vai se debruçar para clarificar conceituações que permeiam toda a discussão entre filosofia e educação.      O autor procura demonstrar que o uso trivial do termo filosofia (gera muitas vezes) não é equivalente epistemológico, isto é, de conhecimento, uma vez que o termo “filosofia” alberga em si mesmo um dilúvio de polissemias. E talvez seja esse o motivo (segundo ele) pelos quais muitos postergam ou abortam a missão de conhecer a fundo esse saber, uma vez que apenas pessoas extraordinárias e intelectuais poderiam segundo esse modo de pensar (senso comum) alcançar o verdadeiro “ [1] telos” da filosofia.       Ora, esse abandono quase sempre traz consigo aquilo que ele chama de “descrédito”, porém o Luckesi propõe-se a

REFLEXÕES SOBRE A MORTE E O LUTO NA PÓS-MODERNIDADE

"A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos". (Picasso) "Não tenho medo de morrer, tenho pena". (Chico Anysio)  O morrer para mim é lucro. (Paulo de Tarso) O que é a morte? Conclusão, fim, passagem de um mundo para outro, nada, expiração?  As religiões fornecem-nos muitas explicações para este fenômeno universal, objetivo e até onde se sabe subjetivamente único. O sociólogo Polonês, Zigmund Bauman em seu livro "Medo Liquido, cita Maurice Blanchot que diz que o homem só é homem, por que é morte no processo do devir.  Entendo que esta premissa parte obviamente de uma concepção puramente biológica, uma vez que estamos morrendo lentamente a cada dia, isso é "devir" processo de degradação constante, infalível e irreversível.  Porém, analisando o tema, sabemos que se trata de uma verdade inexorável que se apresenta como um decreto universal e uma experiência