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Mostrando postagens de fevereiro 15, 2014

HANNAH ARENDT

Interpretado por historiador brasileiro, o pensamento de Hannah Arendt é tema de livro que procura cruzar a trajetória de vida filósofa judia com seu modo de ver o mundo ao redor Publicado há cerca de três anos, o pequeno livro escrito por Eduardo Jardim provoca impacto pela honestidade intelectual e pela paixão com que dedica todas as páginas ao pensamento de Hannah Arendt, a judia alemã que escreveu  As origens do Totalitarism o (1951) e  Eichmann em Jerusalém  (1963), entre outros. A exemplo do amor e da fé - sentimentos profundos que segundo a filósofa fazem o homem sentir-se vivo em sua dimensão privada – o autor parece pinçar em toda a trajetória pessoal e intelectual da escritora aquilo que ela possui de mais atemporal, as experiências filosóficas cuja intensidade reside no sentimento de pertencimento e identificação que provocam no leitor. Do começo ao fim, da crise que faz nascer as primeiras reflexões de Arendt sobre a banalidade do mal, ao novo início que el

OS CAMINHOS DA LUXÚRIA

Já no primeiro documento escrito em terras brasileiras, o europeu não escondeu o espanto e o maravilhamento. Em sua carta ao rei, o escrivão Pero Vaz de Caminha registrou aqueles “corpos formosos” e moças “tão bem feitas (...) que a muitas mulheres da nossa terra, vendo-lhe tais feições”, lhes faria vergonha “por não terem a sua como a dela”. Mas um português daqueles tempos não poderia se limitar ao elogio da nudez. Pelo menos não numa carta ao rei. Por isso, Caminha reagiu à tentação das índias tão bem feitas condenando a “falta de civilização” daqueles povos, apesar da “inocência” em mostrar as suas “vergonhas”. “O melhor fruto” que havia na nova terra, ele concluía, era “salvar esta gente”. Estava anunciada uma das funções da colonização: a imposição da fé católica. Mas este intuito oficial esbarraria em hábitos bem mais libertários, à medida que os colonos portugueses passaram a se relacionar com as índias. Os jesuítas não demoraram a desconstruir a impressão inicial de C