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Mostrando postagens de fevereiro, 2014

CORRENTES DO JUDAÍSMO MODERNO

O  judaísmo  se divide principalmente em três grandes correntes, ligadas às interpretações dos livros e rituais considerados sagrados. São elas:  a ortodoxa, a reformista e a conservadora.  As duas primeiras, ortodoxos e reformistas, são as que mais se opõem uma à outra, sendo a terceira, conservadora, a tentativa de encontrar um meio-termo entre as outras duas. A principal diferença entre as correntes está na adaptação ou não da tradição ritualística e teológica judaica às mudanças do mundo moderno. Os  ortodoxos  são os que cumprem estritamente os 613 preceitos estipulados pela Lei Judaica, conhecida como Halachá. Os preceitos estão ligados a alguns hábitos a serem adotados: a dieta, kosher, que estipula quais alimentos devem ser consumidos; o descanso aos sábados e as leis da pureza familiar.   Os ortodoxos dão ainda privilégio à dimensão ritual: com a adoção de roupas simples; separação das funções entre homem e mulher, sendo que as mulheres têm algumas proibições, p

MAPA CONCEITUAL DAS RELIGIÕES NO MUNDO

REFERÊNCIAS: http://www.historiadigital.org/atividades/mapa-conceitual-das-religioes-no-mundo/

MÉTODO TEOLÓGICO BÍBLICO X HISTÓRICO CRÍTICO

Conhecer a textura retórica do material narrativo sagrado implica saber como o texto bíblico foi escrito, como se desenvolveu e como foi interpretado, o que exige, na prática tangenciar a autoridade teológica do texto, submetendo-o a três rigorosas indagações. Uma delas está circunscrita ao aspecto literal: o que o texto queria dizer para o seu autor; outro questionamento aponta para o status canônico: o que o texto queria dizer para os primeiros leitores que o aceitaram como Escritura Sagrada; ainda outra pergunta se preocupa com o âmbito circunstancial: o que o texto quer dizer hoje no contexto da comunidade cristã. Neste ponto deve ser anexada a observação de que nos últimos dois séculos coexistiu um duplo método de estudo da Bíblia, ambos adotados nos círculos judaicos e cristãos. Um deles recorre à Bíblia na qualidade de Palavra divina revelada, podendo ser simplesmente chamado de método teológico-bíblico.  O tema nuclear do segundo método, denominado histórico-crític

QUESTÕES EPISTEMOLÓGICAS NA CIÊNCIA DA RELIGIÃO

QUESTÕES EPISTEMOLÓGICAS NA CIÊNCIA DA RELIGIÃO Entrevista concedida por Frank Usarski – Livre Docente e Doutor em Ciência da Religião – Professor do PEPG em Ciências da Religião PUC-SP Gilmar Gonçalves da Costa¹ Claudio Santana Pimentel  ² Prezado professor Dr. Frank Usarski, seguem seis perguntas selecionadas, para que o senhor possa apreciá-las e respondê-las. O objetivo é refletir sobre as questões epistemológicas na Ciência da Religião e a identidade dessa Disciplina. 1. O que o senhor nos diz sobre o desafio de se refletir a identidade e a autonomia epistemológica da Ciência da religião no Brasil? R:  Primeiro, é fato que existem vários Programas de Ciência da Religião no Brasil. O primeiro deles já tem trinta e dois anos ou mais. Então, é importante perceber que, se esses programas existem institucionalmente, eles vão consolidando sua identidade. Segundo, existe certa demanda internacional, pois a Ciência da Religião enquanto disciplina acadêmica da

TEOLOGIA COMO CIÊNCIA ESPECIAL

O método científico e as concepções de teologia em Hodge, Bavinck, Dooyeweerd e Van Til Alvin Plantinga em seu artigo intitulado “Religion and Science” 2   traça uma série de definições sobre ciência. Junto com estas definições, ele aponta para a fraqueza de cada uma delas mostrando que aquilo que identifica um campo de estudo como “científico” não faz justiça ao que ele realmente é. Ou seja, Plantinga mostra que os critérios usados para denominar algo como ciência não abarcam todo o campo científico. Então, Plantinga tenta demonstrar quais critérios poderiam identificar algo como ciência afirmando: Talvez, o melhor que possamos fazer, em caracterizar algo como científico, é dizer que o termo “ciência” aplica-se a uma atividade que é (1) um empreendimento sistemático e disciplinado objetivando encontrar verdade sobre o mundo e (2) tenha um envolvimento empírico significativo. Isso, é claro, é muito vago (Quão sistemático? Quão disciplinado? Quanto envolvimento empírico?)

HANNAH ARENDT

Interpretado por historiador brasileiro, o pensamento de Hannah Arendt é tema de livro que procura cruzar a trajetória de vida filósofa judia com seu modo de ver o mundo ao redor Publicado há cerca de três anos, o pequeno livro escrito por Eduardo Jardim provoca impacto pela honestidade intelectual e pela paixão com que dedica todas as páginas ao pensamento de Hannah Arendt, a judia alemã que escreveu  As origens do Totalitarism o (1951) e  Eichmann em Jerusalém  (1963), entre outros. A exemplo do amor e da fé - sentimentos profundos que segundo a filósofa fazem o homem sentir-se vivo em sua dimensão privada – o autor parece pinçar em toda a trajetória pessoal e intelectual da escritora aquilo que ela possui de mais atemporal, as experiências filosóficas cuja intensidade reside no sentimento de pertencimento e identificação que provocam no leitor. Do começo ao fim, da crise que faz nascer as primeiras reflexões de Arendt sobre a banalidade do mal, ao novo início que el

OS CAMINHOS DA LUXÚRIA

Já no primeiro documento escrito em terras brasileiras, o europeu não escondeu o espanto e o maravilhamento. Em sua carta ao rei, o escrivão Pero Vaz de Caminha registrou aqueles “corpos formosos” e moças “tão bem feitas (...) que a muitas mulheres da nossa terra, vendo-lhe tais feições”, lhes faria vergonha “por não terem a sua como a dela”. Mas um português daqueles tempos não poderia se limitar ao elogio da nudez. Pelo menos não numa carta ao rei. Por isso, Caminha reagiu à tentação das índias tão bem feitas condenando a “falta de civilização” daqueles povos, apesar da “inocência” em mostrar as suas “vergonhas”. “O melhor fruto” que havia na nova terra, ele concluía, era “salvar esta gente”. Estava anunciada uma das funções da colonização: a imposição da fé católica. Mas este intuito oficial esbarraria em hábitos bem mais libertários, à medida que os colonos portugueses passaram a se relacionar com as índias. Os jesuítas não demoraram a desconstruir a impressão inicial de C