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Mostrando postagens de 2014

WILLIAN DU BOIS, UM ILUSTRE DESCONHECIDO!

Willian Du Bois (1868-1963) Muito se disse a respeito da "emancipação negra" dos Estados Unidos, porém o que muitos não sabem é que Willian Du Bois (1868-1963), sociólogo e historiador, foi quem exerceu profunda influência sobre Martin Luther king, Jr . Sim, Luther King aquele que viria, logo depois de seu percursor encarnar a figura messiânica da luta pelo combate a segregação racial, Luther King citou muitos textos de Du bois como grande influência para sua decisão de se tornar um militante na batalha contra a segregação racial pela igualdade racial na América.   É de suma importância ressaltar que Du Bois se revelou uma excepcional promessa acadêmica desde jovem. Ganhou uma bolsa na Universidade Fisk e passou dois anos na Alemanha, estudando em Berlim, antes de ingressar em Harvard, onde escreveu uma dissertação sobre o tráfico de escravos. Foi o primeiro afro-americano a se graduar em Harvard com um doutorado. Em paralelo à carreira ativa como prof

A GENEALOGIA DOS TERMOS E (A-IN) EXISTÊNCIA DO DIABO

É comum desautorizarmos ceticamente aexistência de personagens, seres, coisas com o discurso de inexistência histórica seja ela na tradição oral ou escrita. Pois uma coisa é viver sem existir ( aexistir ) e outra é não existir ( inexistir ). Quero dizer se pegarmos, por exemplo, a expressão diabo, alguém pode dizer que o diabo é um constructo histórico e que passou a existir sinonimamente com (o) expressão e identidade nos escritos do novo testamento mais precisamente nos evangelhos, etc... Porém a questão é poderia existir algo ainda que não fosse evocado pelo nome? Parece-me que toda babel-ideológica reside no fato de não verificarmos a luz da razão há alteridade dicotômica existente entre o "Termo e o Ser". Parafraseando a inexistência do termo não anula a aexistência do sujeito, ideia e coisa. Se tomarmos, por exemplo, que eu enquanto ser existente não aexisto para muitos (sujeito anonimo) não significaria dizer que pelo fato de ser desconhec

ANÁLISE DO TERMO CULTURA E OS PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÕES SOCIOCULTURAIS E METODOLÓGICOS EM DARCY RIBEIRO

Curso: Ciências da Religião: Bacharelado e Licenciatura Plena em Ensino Religioso. Disciplina: Introdução à Antropologia  Período letivo: 2013/2    Aluno: Paulo Mazarem                                              1)      A partir das discussões sobre o conceito de cultura presente nos textos, desenvolva uma reflexão sobre os modos de compreender o  aspecto do   Gênero?       Antes de abordar à questão propriamente dita gostaria de tecer um breve comentário sobre o conceito “cultura” precipitando-me à re-lembrar aqueles que trafegam pelo universo antropológico, (sabendo é claro que é do conhecimento cientifico) que toda reflexão é um ato de ressignificação quando aliada a vontade de saber epistemológico. Talvez, seja por ess motivo que me atreverei ou melhor me arriscarei a apresentar um neo-modelo.                                               Em suma, tenho que dizer que  “cultura” é uma tarefa de exercício intelectual, de contextualização e de desc

CONFLITO ENTRE ISRAEL E O HAMAS

Para quem não sabe o Hamas é um Movimento da Resistência Islâmica considerado hodiernamente um dos grupos mais extremistas na luta contra a existência do Estado de Israel que foi criado pela ONU após o fim  da Segunda Guerra Mundial em 1948 para abrigar os judeus. O Hamas foi fundado em 1987 sendo liderado por um núcleo de médicos e pós-graduados naquela época tendo hoje como líder do movimento Khaled Meshaal.  Agora o que poucos sabem é que a luta entre os Israelitas e os palestinos já vem há tempos, os palestinos hoje encarnam o antigo povo arquinimigo de Israel os filisteus. E é claro que nesse momento atual da história as relações de poder que envolve ambos os grupos são sempre tendenciosas. Digo isso por que de um lado temos uma esquerda que não consegue engolir Israel, além disso, temos o antissemitismo que perdura na história desde o holocausto e que se mostra ainda hoje acirrado, principalmente pela mídia. E do outro lado temos os palestinos que acusam aqueles que não er

FALAR BEM E ESCREVER MELHOR, COMO ?

Antes de tudo devo admitir que nem todo retórico é de fato um bom literato, digo isso pois oralidade nem sempre está concatenada a intelectualidade literária, infelizmente hoje temos mais repetidores de  informações do que agentes de transformação, falta-nos mentalidades inventivas que se recusem a repetir o que já foi dito, verdadeiros transformadores do espírito humano, emancipadores de mente, parteiros de alma. A escrita (a meu ver) tem essa capacidade de nos fazer pensar, de aflorar percepções não capturadas pelo inobservável senso comum que num amenismo generalizado nada retém. Percebo que é através da escrita que pensamentos, falas e leituras já realizadas, bem como conceitos já fixados e valorados são desconstruídos por um simples pedaço de papel e caneta ou pelo dedilhar de um teclado, tal como faço (Notebook) ao escrever nesse momento fragmentos de minha leitura do mundo. Entendam para escrever bem é necessário ler bastante, nada vem do além (psicografia), particularmente

ANSELMO E AS PROVAS ONTOLÓGICAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS

Anselmo nasceu em 1033 na cidade alpina de Aosta na Itália. Tornou-se monge aos 27 anos e foi nomeado prior do mosteiro, em 1063, aos 30 anos. Por sua reputação de grande pensador, escritor e administrados, Anselmo foi obrigado, contra a sua vontade, a se tornar abade do mosteiro de Bec em 1078. Enquanto ocupava esse cargo, iniciou um carreira estelar de escritor, com seus dois grandes livros de teologia filosófica: Monologium ( Monólogo ou solilóquio) e Proslogium (Discurso). Essas obras contêm versões da famosa prova ontológica da existência de Deus e ainda são publicadas, lidas e debatidas com regularidade nos cursos de filosofia secular. Existe uma história sobre a origem dessa experiência de iluminação, quando cantava no ofício vespertino como os demais monges em Bec em 1076. Alguém lhe pediu que fornecesse uma explicação e defesa dos ensinos básicos da fé cristã e estava contemplando a existência de Deus e o motivo por que o salmista diz no salmo 14: “Diz o ins

PORQUE PROCURAMOS DEUS?

        A pergunta retórica enunciada na temática proposta é de ordem geográfica. Um budista, por exemplo, não procuraria a Deus, isto, por que o budismo, é uma religião (a) téia, isto é, sem Deus. Superando os regionalismos, minha insistente pergunta segue sua cadência, por que procuramos Deus?  Deve-se, levar em conta que não nascemos na Ásia, nem sob um regime Marxista-Leninista, e obviamente não nascemos na Índia.  Minha pergunta é para os que nasceram aqui no Ocidente, local que albergou à cultura judaico cristã, transmitida pelos nobres missionários jesuítas que nos presentearam com a monocultura cartesiana. Sim, a pergunta é para nós que não temos consciência histórica de nosso passado, que desconhecemos os dispositivos e mecanismos invisibilizados de dominação epistêmica.  Coitados, (asiáticos, africanos, indianos, etc...) eles não tiveram a mesma sorte que nós ocidentais. Há muitos deles, (exceto alguns) a revelação não os alcançará. Portanto,

A TROCA IMPOSSÍVEL (FÉ-RAZÃO)

Todas as teologias existentes no universo bíblico-teo-filosófico não passam de  huma nologias, recortes iconológicos, herméticos e reducionistas que jamais podem alcançar a magnitude apofática de Deus. Acredito que isso se deva a limitação da razão que não consegue alcançar plenamente a transcendência, necessitando sempre daquilo que Kierkegaard chamou de “salto da fé”. Os racionalistas (dogmáticos) não percebem que “Deus não cabe dentro de nossos esquemas teológicos”, como disse Ruben Alves “na verdade Deus é grande demais para ser apanhado, estudado, dissecado”. Colocar dentro de um copo d'água todas as águas dos mares é impossível, simplesmente por que o infinito não cabe no finito e a eternidade extrapola a "temporalidade", assim é a mente humana limitada demais para alcançar coisas tão elevadas. Por essa Razão é necessário compreender que a “Teologia não é rede que se teça para apanhar Deus em suas malhas, porque Deus não é peixe, mas Vent

O PEREGRINO E O CONVERTIDO

HERVIEU-LÉGER, Danièle. O peregrino e o convertido: a religião em movimento. Petrópolis: Vozes, 2008. 15-57p. Paulo Roberto Souza Mazarem Universidade de São José- SC, Brasil. É indiscutivelmente salutar trazer para a pauta do presente momento quando o assunto é “modernidade e religião”, a prestigiada socióloga da religião Danièle Hervieu Leger, atualmente uma das teóricas que mais se destacam no assunto. Em sua obra cujo titulo original é ‘‘ La religion en mouvement: le pèlerin et le converti’’   a autora mostra-nos como a religião na modernidade ganhou traços de decomposição e recomposição, cuja mobilidade e itinerância, até então eram desconhecidas. Logo, no inicio de sua obra a autora propõe uma « parábola moderna », descrevendo os pireneus, nos vales de Andorra num contraste com a igreja que em tempos passados era á normatizadora moral e referencial para a conduta de vida religiosa daqueles vilarejos. A autora ainda sinaliza as mudanças comportam